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Asteroide que pode colidir com a Terra tem chance de atingir a América do Sul?

  • Foto do escritor: Wallaks Alves
    Wallaks Alves
  • 18 de fev.
  • 4 min de leitura
Asteroide caindo na terra 2032
Asteroide caindo na terra 2032

Cientistas da Nasa e da Europa explicam como calculam a probabilidade de o asteroide 2024 YR4 colidir com nosso planeta e por que ainda não é hora de se preocupar


Desde dezembro, astrônomos vêm estudando cuidadosamente se um asteroide com comprimento entre 40 e 90 metros pode atingir a Terra em menos de oito anos. E, no geral, as chances parecem estar aumentando. Em 29 de janeiro, a probabilidade de o asteroide 2024 YR4 atingir nosso planeta em 22 de dezembro de 2032 era de 1,3%. Depois, subiu para 1,7% em 1º de fevereiro, antes de cair para 1,4% no dia seguinte.


Asteroide caindo na terra 2032
Asteroide caindo na terra 2032

Na quinta-feira, saltou para 2,3%, antes de diminuir ligeiramente para 2,2% na sexta-feira. Isso equivale a uma chance de 1 em 45 de impacto (mas também a uma chance de 44 em 45 de não impacto). Para muitos, isso é inquietante. Mas o que parece assustador é, na verdade, um comportamento típico de asteroides recém-descobertos próximos à Terra.


— É verdade que a probabilidade de impacto dobrou recentemente, mas isso não significa que continuará dobrando — disse Davide Farnocchia, engenheiro de navegação do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, que supervisiona os programas responsáveis por esses cálculos orbitais: — O que importa é que a probabilidade de impacto é muito pequena e que, à medida que continuarmos observando o 2024 YR4, ela provavelmente cairá para zero.


Duas organizações principais estão envolvidas no cálculo dessas probabilidades de impacto: o centro da Nasa onde Farnocchia trabalha e o Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra, na Itália, que faz parte da Agência Espacial Europeia (ESA). Esses grupos funcionam como cartógrafos do espaço próximo à Terra, monitorando regiões do mapa cósmico onde podem marcar “aqui há dragões” — neste caso, asteroides ou cometas potencialmente perigosos.


Asteroide caindo na terra 2032
Asteroide caindo na terra 2032

Quando um asteroide (ou cometa) é descoberto, ambos os centros usam softwares automatizados de dinâmica orbital (Scout e Sentry, da Nasa, e Meerkat e Aegis, da ESA) para analisar as observações disponíveis do objeto.

Ao traçar as muitas órbitas futuras possíveis do asteroide, algumas podem indicar um impacto com a Terra. Mas muitas dessas órbitas se afastam do planeta, mantendo a probabilidade de impacto baixa. É como se o asteroide tivesse um amplo feixe de luz à sua frente, no qual a Terra está inicialmente incluída — mas também grande parte do espaço ao redor.


À medida que mais observações são feitas, esse feixe de possíveis órbitas encolhe. Os casos mais extremos são descartados. Mas, se a Terra ainda estiver dentro desse feixe, ela ocupará uma proporção maior nele.

— A Terra agora cobre uma fração maior da incerteza, e, por isso, a probabilidade de impacto aumenta — explicou Farnocchia.

Isso pode continuar acontecendo por um tempo enquanto novas observações são feitas.

— É por isso que a probabilidade de impacto sobe — disse Juan Luis Cano, engenheiro aeroespacial do Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra: — Pouco a pouco, ela cresce. E isso explica as flutuações nas chances de impacto do 2024 YR4.

Às vezes, como no caso do 2024 YR4, as probabilidades podem oscilar ligeiramente. Isso acontece porque a qualidade de algumas observações pode ser melhor ou pior que outras, o que pode alterar um pouco o conjunto de órbitas previstas.

— Tudo isso é esperado — disse Farnocchia.


Asteroide caindo na terra 2032
Asteroide caindo na terra 2032

Normalmente, observações adicionais reduzem significativamente a incerteza orbital, e a Terra sai dessa trajetória — fazendo com que as chances de impacto caiam para zero. A humanidade terá que esperar para ver se o mesmo acontecerá com o 2024 YR4.

Os telescópios poderão observar o 2024 YR4 até abril, quando ele ficará muito distante e fraco para ser visto novamente até uma nova passagem pela Terra em 2028. Até abril, é provável que os astrônomos tenham coletado observações suficientes ao longo de vários meses para determinar sua órbita com precisão e, assim, concluir que nenhum impacto ocorrerá em 2032.


— As pessoas não devem se preocupar neste momento — disse Cano.

Ainda assim, a Nasa e a ESA estão levando o 2024 YR4 a sério.

— Embora a probabilidade de impacto seja pequena, ela é maior do que normalmente encontramos em outros asteroides — afirmou Farnocchia.

Se esse asteroide atingisse a Terra, liberaria uma força destrutiva semelhante à de uma bomba nuclear. E a incerteza atual sobre sua órbita futura também significa que os possíveis locais de impacto incluem uma mistura de áreas desabitadas, pouco povoadas e densamente povoadas: o leste do Oceano Pacífico, o norte da América do Sul, o Oceano Atlântico, partes da África, o Mar da Arábia e o sul da Ásia.


Asteroide caindo na terra 2032
Asteroide caindo na terra 2032

É improvável que o 2024 YR4 esteja em rota de colisão. Mas, como Farnocchia destacou:

— Nós não escolhemos quando será o próximo impacto significativo de um asteroide. Simplesmente não queremos correr riscos, então continuaremos monitorando o 2024 YR4.

E, se ele realmente se tornar uma ameaça, talvez seja a hora de a Terra reunir suas defesas contra asteroides.


Fonte: O Globo

 
 
 

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